quinta-feira, 19 de maio de 2016

SAMO

Todos querem apontar o dedo.
Ninguém quer estender a mão.
Todos querem apontar o dedo.
Ninguém quer abrir os braços.

Como um demônio. Ou sete. Mil. A maior vergonha do Brasil.
Seu olhar foi me mandando pra longe. Pra onde?
-
Cada vez menos humano.
Cada vez mais coisa.
Coisa ruim.
Nem parece que pairava a parecença de quem pariu.
Sobre mim.

Mas não.
Ser diferente quebra o espelho.
Maldição.
Não importa o quão quebrado quedava o coração.
Independente da dor da prisão.

Um detalhe. Na lupa sagrada da congregação.
No olhar sanguinário de um cristão.
No plástico bolha que estoura é quem põe a mão.
Pessoa é contravenção.
Da fé alheia. O que sobra é raiva, choro, morte.

Com(n)sorte.

Um dia a gente acha o Norte.

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